Reconheço-os ao passar nas ruas que povoaram a minha vida. São momentos, passagens de um olhar fugaz. Histórias recambulescas de menos de duas décadas. Especiais? Sempre. Foram as primeiras.
O Rio está sempre lá. Imutável fronteira imaginária. Linha do horizonte perdido a que recorro sempre que necessito de me reencontrar. Só ele é capaz de me trazer a paz e o vazio de que como pão para a boca necessitei para me manter são na grande cidade.
Almirante Reis. Por ele lamento a minha ignorância. Não sei que foi e suspeito que nunca saberei. Avenida suja, de lojas degradadas e seres andrajosos que a cidade engoliu e digeriu como se de pedaços de erva se tratassem.
Percorro-a com a imaginação. Relembro cada esquina, cada prédio, cada pedra de calçada. Passo o Império, olho por cima do ombro na Praça do Chile e cheiro os bolos que me mataram o “bicho” tantas noites. Continuo a descer.
Anjos, Intendente e Martim Moniz. Chego ao Mundial e sei que acabou a maior avenida da cidade, onde ricos e pobres vivem mas não se encontram. Onde a vida nasce e a cidade começa.
A sério..não és tu..sou eu..
11 years ago